Ensinar:
Verbo de origem latina, que
significa todas as ações realizadas intencionalmente pelo professor na busca de
um resultado positivo de aprendizagem do aluno, que inclui a metodologia,
planejamento, organização e seleção de um conjunto de diversas e diferentes estratégias
para o ensino de determinado conteúdo ou acontecimento, das quais o professor
se utiliza para motivar e despertar o estudante para que este realize as ações
necessárias sobre o objeto de estudo, desenvolvendo assim, os seus processos
mentais para apropriar-se do conhecimento.
Aprender:
Verbo de ação derivado de
apreender por síncope.
O seu significado é o
recebimento de informações através de uma transmissão de informação por meio de
uma exposição oral, que possibilita a retenção na memória, mediante estudo da
informação sobre o objeto ou acontecimento, sem que haja uma parceria entre
professor e aluno com a construção do conhecimento.
Apreender:
Verbo derivado do latim apprehendere, significando a seleção de
um conjunto de ações e de estratégias a serem efetivadas na busca pela
apropriação do conhecimento pelo aluno, que se dá através de uma ação
consciente e conjunta de atuação do professor e do aluno na construção do
conhecimento sobre o objeto de estudo, que devem ser previamente definidas,
selecionadas e efetivadas para facilitar ao aluno o desenvolvimento sequencial
de seu processo mental, que permite que o aluno compreenda e assimile
mentalmente as redes que se interligam na composição do objeto de estudo.
Ensinagem:
É um processo conjunto de
responsabilidade assumido voluntariamente e conscientemente entre o professor e
o estudante, no qual se colocam como partes integrantes das ações geradoras do processo
de ensino e aprendizagem, em que o professor é o mediador das ações e
estratégias, as quais são previamente planejadas, selecionadas, organizadas e
concretizadas, que se transformam em ferramentas de trabalho, pois, são os
meios de promover a motivação do aluno para a realização ativa das ações que
possibilitem a construção de sistemas mentais, produzindo um sistema de redes
que se entrelaçam e contextualizam o conhecimento, somente assim, se dá a compreensão,
a apreensão e a apropriação do conhecimento pelo aluno.
As operações do pensamento:
São operações complexas dos
processos mentais que são trabalhadas dialeticamente com o conhecimento e que
são desencadeadas na ação do pensar, como formas de questionamento sobre os
fatos e acontecimentos, em que os estudos desenvolvidos sobre o objeto são
intencionalmente voltados para que se atinjam os objetivos propostos do ensino
e aprendizagem, que se efetiva através da seleção das ações contidas nas
diversas e diferentes estratégias do processo de ensinar e aprender, que se
constitui no exercício de processos mentais de complexidade variada e crescente
e que são desenvolvidos através da concretização de ações, que levam à
observação, à comparação, à tomada de decisões, à inferência como operações
mentais, racionais, de julgamento, conclusão e decisão.
Desafios e possibilidades
para a gestão da sala de aula:
Muitos são os desafios
enfrentados pelo docente na gestão da sala de aula, em que um dos desafios é
justamente a reflexão sobre esses desafios que estão contidos no conjunto das
atividades propostas aos alunos, com a clareza e a intencionalidade de que os
alunos sejam progressivamente desafiados na direção da construção do pensamento
cada vez mais complexo, integrativo e flexível.
Considerar na análise dos
objetivos dos programas de aprendizagem os três momentos propostos na
metodologia dialética: mobilização, construção e elaboração da síntese do
conhecimento, e que se constituem como um suporte auxiliar das estratégias
desafiadoras e facilitadoras do pensamento, que vão resultar na apropriação do
conteúdo pelos estudantes.
Vencer todos os desafios
relacionados aos comportamentos que dificultam e/ou impede o pensar, o refletir
e o agir do aluno, que é acostumado à memorização e à passividade ao assistir
as aulas, e que por isso, oferece resistência para alterar para a nova forma,
ou seja, para a metodologia dialética, se tornando sujeito ativo de seu próprio
aprendizado realizando as operações mentais necessárias para a apreensão do
conhecimento sobre o conteúdo estudado.
E também vencer as resistências que também se
fazem presentes nas instituições, na organização curricular e também no próprio
docente.
Porém, um dos maiores
desafios do professor universitário, dentro do seu campo científico de atuação,
está na seleção dos conteúdos e conceitos e as suas relações, que devem ser
apreendidas pelos estudantes.
Esse desafio se amplia na
medida em que o corpo docente do curso atua coletivamente para a definição dos
eixos que interligam os saberes exigidos para o perfil do profissional e da
profissão pretendida estabelecido no Plano Político Pedagógico do curso,
organizando-os em áreas, módulos, e/ou atividades, definindo-se os elementos
essências para facilitar a rede curricular.
Depois de realizadas as
escolhas visando direcionar o processo proposto ancorado na metodologia dialética,
cabem ao professor definir e efetivar as estratégias para o ensino e
aprendizagem.
São inúmeras as
possibilidades para o processo de ensinagem, entre as quais, a utilização pelo
professor dos elementos que irão constituir uma relação dialética entre os
professores, alunos e o conhecimento em sala de aula; apresentação de uma
proposta de uma relação de ciência que interligue os conhecimentos com maior
flexibilidade, mobilidade e complexidade, para apropriações dinâmicas que
possibilitem revisões teóricas e alterações nos paradigmas existentes.
Nas aulas, é fundamental que
o professor faça a mediação do processo de análise, priorizando um planejamento
intencional, propondo e coordenando estratégias suas e de seus alunos, para que
superem a visão sincrética inicial por visões e ações mais elaboradas,
favorecendo ao estudante um processo de apropriação ativa e consciente do conhecimento,
dos fundamentos das ciências e de sua aplicação prática.
As escolhas das estratégias
pelo docente são importantes no processo de ensinagem, para que o aluno
apreenda a lógica específica de percepção, pensamento, assimilação e ação relativas
a determinados disciplinas e seus conteúdos, aprendendo também determinada
forma de pensar e de elaborar esses conteúdos de acordo com as exigências das
próprias formas de ensinar e aprender específicas de cada área, que explicitem
e sistematizem as respectivas lógicas com estratégias selecionadas dentro desse
contexto.
Referência:
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. Processos de ensinagem na universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula, v. 3, p. 67-100, 2003.