terça-feira, 25 de junho de 2019

Processos de Ensinagem e estratégias para ensino e aprendizagem dos universitários


Ensinar:
Verbo de origem latina, que significa todas as ações realizadas intencionalmente pelo professor na busca de um resultado positivo de aprendizagem do aluno, que inclui a metodologia, planejamento, organização e seleção de um conjunto de diversas e diferentes estratégias para o ensino de determinado conteúdo ou acontecimento, das quais o professor se utiliza para motivar e despertar o estudante para que este realize as ações necessárias sobre o objeto de estudo, desenvolvendo assim, os seus processos mentais para apropriar-se do conhecimento.

Aprender:
Verbo de ação derivado de apreender por síncope.
O seu significado é o recebimento de informações através de uma transmissão de informação por meio de uma exposição oral, que possibilita a retenção na memória, mediante estudo da informação sobre o objeto ou acontecimento, sem que haja uma parceria entre professor e aluno com a construção do conhecimento.

Apreender:
Verbo derivado do latim apprehendere, significando a seleção de um conjunto de ações e de estratégias a serem efetivadas na busca pela apropriação do conhecimento pelo aluno, que se dá através de uma ação consciente e conjunta de atuação do professor e do aluno na construção do conhecimento sobre o objeto de estudo, que devem ser previamente definidas, selecionadas e efetivadas para facilitar ao aluno o desenvolvimento sequencial de seu processo mental, que permite que o aluno compreenda e assimile mentalmente as redes que se interligam na composição do objeto de estudo.

Ensinagem:
É um processo conjunto de responsabilidade assumido voluntariamente e conscientemente entre o professor e o estudante, no qual se colocam como partes integrantes das ações geradoras do processo de ensino e aprendizagem, em que o professor é o mediador das ações e estratégias, as quais são previamente planejadas, selecionadas, organizadas e concretizadas, que se transformam em ferramentas de trabalho, pois, são os meios de promover a motivação do aluno para a realização ativa das ações que possibilitem a construção de sistemas mentais, produzindo um sistema de redes que se entrelaçam e contextualizam o conhecimento, somente assim, se dá a compreensão, a apreensão e a apropriação do conhecimento pelo aluno.

As operações do pensamento:
São operações complexas dos processos mentais que são trabalhadas dialeticamente com o conhecimento e que são desencadeadas na ação do pensar, como formas de questionamento sobre os fatos e acontecimentos, em que os estudos desenvolvidos sobre o objeto são intencionalmente voltados para que se atinjam os objetivos propostos do ensino e aprendizagem, que se efetiva através da seleção das ações contidas nas diversas e diferentes estratégias do processo de ensinar e aprender, que se constitui no exercício de processos mentais de complexidade variada e crescente e que são desenvolvidos através da concretização de ações, que levam à observação, à comparação, à tomada de decisões, à inferência como operações mentais, racionais, de julgamento, conclusão e decisão.

Desafios e possibilidades para a gestão da sala de aula:
Muitos são os desafios enfrentados pelo docente na gestão da sala de aula, em que um dos desafios é justamente a reflexão sobre esses desafios que estão contidos no conjunto das atividades propostas aos alunos, com a clareza e a intencionalidade de que os alunos sejam progressivamente desafiados na direção da construção do pensamento cada vez mais complexo, integrativo e flexível.
Considerar na análise dos objetivos dos programas de aprendizagem os três momentos propostos na metodologia dialética: mobilização, construção e elaboração da síntese do conhecimento, e que se constituem como um suporte auxiliar das estratégias desafiadoras e facilitadoras do pensamento, que vão resultar na apropriação do conteúdo pelos estudantes.
Vencer todos os desafios relacionados aos comportamentos que dificultam e/ou impede o pensar, o refletir e o agir do aluno, que é acostumado à memorização e à passividade ao assistir as aulas, e que por isso, oferece resistência para alterar para a nova forma, ou seja, para a metodologia dialética, se tornando sujeito ativo de seu próprio aprendizado realizando as operações mentais necessárias para a apreensão do conhecimento sobre o conteúdo estudado.
 E também vencer as resistências que também se fazem presentes nas instituições, na organização curricular e também no próprio docente.
Porém, um dos maiores desafios do professor universitário, dentro do seu campo científico de atuação, está na seleção dos conteúdos e conceitos e as suas relações, que devem ser apreendidas pelos estudantes.
Esse desafio se amplia na medida em que o corpo docente do curso atua coletivamente para a definição dos eixos que interligam os saberes exigidos para o perfil do profissional e da profissão pretendida estabelecido no Plano Político Pedagógico do curso, organizando-os em áreas, módulos, e/ou atividades, definindo-se os elementos essências para facilitar a rede curricular.
Depois de realizadas as escolhas visando direcionar o processo proposto ancorado na metodologia dialética, cabem ao professor definir e efetivar as estratégias para o ensino e aprendizagem.
São inúmeras as possibilidades para o processo de ensinagem, entre as quais, a utilização pelo professor dos elementos que irão constituir uma relação dialética entre os professores, alunos e o conhecimento em sala de aula; apresentação de uma proposta de uma relação de ciência que interligue os conhecimentos com maior flexibilidade, mobilidade e complexidade, para apropriações dinâmicas que possibilitem revisões teóricas e alterações nos paradigmas existentes.
Nas aulas, é fundamental que o professor faça a mediação do processo de análise, priorizando um planejamento intencional, propondo e coordenando estratégias suas e de seus alunos, para que superem a visão sincrética inicial por visões e ações mais elaboradas, favorecendo ao estudante um processo de apropriação ativa e consciente do conhecimento, dos fundamentos das ciências e de sua aplicação prática.
As escolhas das estratégias pelo docente são importantes no processo de ensinagem, para que o aluno apreenda a lógica específica de percepção, pensamento, assimilação e ação relativas a determinados disciplinas e seus conteúdos, aprendendo também determinada forma de pensar e de elaborar esses conteúdos de acordo com as exigências das próprias formas de ensinar e aprender específicas de cada área, que explicitem e sistematizem as respectivas lógicas com estratégias selecionadas dentro desse contexto.

Referência:
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. Processos de ensinagem na universidade. Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula, v. 3, p. 67-100, 2003.